Transporte
Novas paradas são modernas, mas também tem seus problemas
Usuários das paradas de ônibus com estrutura em vidro reclamam do material da cobertura
Foto: Jô Folha - DP - É comum ver as paradas do Centro quebradas devido à ação de vândalos
Por Cíntia Piegas
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A manhã nublada e de temperatura agradável de terça-feira permitiu que os usuários do transporte coletivo de Pelotas, mais especificamente na parada da avenida Juscelino Kubitschek, aguardassem tranquilamente o ônibus. A observação é porque em dias de muito calor, passageiros alegam que é impossível ficar sob a estrutura cuja cobertura é em vidro blindex jateado, por causa do calor. Em busca de modernidade e padronização, os módulos instalados desde 2018, atualmente 120 no total, também são alvos de vândalos, pichações e eventuais acidentes de trânsito, assim como as demais estruturas espalhadas pela cidade.
“Faz mais de um mês que este vidro foi quebrado”, apontou a comerciária aposentada Ivânia Catarina Halfen de Almeida. Ela costuma fazer suas tarefas no centro sempre a pé, mas pelo compromisso do dia, precisou aguardar o transporte. Foi quando observou alguns detalhes da estrutura. “Acho que o toldo (cobertura) poderia ser de um material mais escuro, que nos protegesse do sol escaldante”, sugeriu. “O banco fica tão quente que não temos como sentar”, complementou a aposentada Nara Soares, 63 anos. Com problemas de coluna, tendo uma muleta de apoio, não pode ficar muito tempo em pé. “A parada protege da chuva, mas não do calor”, lamentou.
O aposentado Francisco de Paula, 68 anos, concorda com as usuárias do transporte e acrescentou que não garante tanto a proteção da chuva. “Neste que estamos, por exemplo, faltam dois vidros que provavelmente foram quebrados. É um absurdo o que esses vândalos fazem.” O modelo agrada bastante Ivânia, por causa da visão que tem enquanto espera. “Temos que pensar sempre na questão da segurança”. A panorâmica, entretanto, não tem tanto efeito quando tem pouca iluminação no local, como identificou um jovem, que não quis se identificar. Ela costuma esperar o ônibus na rua General Osório entre a avenida Bento Gonçalves e a Doutor Amarante.
Na quadra são três módulos, sendo que o primeiro é o mais danificado, com um vidro da cobertura quebrado e restos de estilhaços presos à estrutura metálica. Pelo cenário, a parada deve servir de abrigo à noite de moradores de rua, sendo que algumas peças de roupas foram deixadas no banco. Segundo a Secretaria de Trânsito e Transporte (STT), a maioria das paradas de ônibus nos bairros é feita em estrutura simples, com hastes em ferro, telha de proteção e algumas com bancos. As que estão em bom estado de conservação, serão mantidas até que seja possível realizar a troca total dos equipamentos.
Já os 350 abrigos com cobertura na cor laranja, feitos em metal e, aparentemente mais resistentes ao tempo, mas não às batidas de carros, são vistos em alguns pontos da cidade. Na área central e nas ruas onde circulam a maioria das linhas de ônibus, os módulos protegem da chuva, mas não do calor, motivo de queixa dos usuários. O modelo ainda é alvo de vândalos e pichações. A pasta não tem um levantamento do total de denúncias sobre vandalismo nesses locais, mas a Prefeitura gasta em média R$ 30 mil por mês só em manutenção de todos os abrigos da cidade.
Temperatura
Para justificar uma das demandas dos usuários, o secretário de Planejamento, Roberto Ramalho, explica que estes foram instalados a partir de projeto desenvolvido pela Secretaria de Planejamento (Seplag), para requalificação dos pontos de ônibus nas grandes avenidas, onde se tem movimento maior de usuários. “Com relação à temperatura, quando se começou a instalação das paradas na rua General Osório, se pensou em algo que melhorasse a qualidade de vida das pessoas e foi o que aconteceu, todavia, em dias de altas temperaturas e com o sol batendo nos abrigos, pode acontecer de não se conseguir sentar, no entanto, esse é um problema que talvez se agravasse caso fosse colocado material escuro na parte superior, uma vez que o escuro retém calor”, justificou.
Uma alternativa, fora do alcance dos cofres públicos, seria o fechamento dos abrigos e a colocação de ar condicionado nas maiores paradas, mas o custo seria muito alto e poderia refletir no preço da passagem. Sobre a iluminação, com o atual sistema de iluminação pública da cidade está começando a ser trocado por um novo, com lâmpadas de LED, o que vai garantir uma claridade melhor em todas as áreas da cidade.
Padronização
Ao serem questionadas sobre a padronização das paradas, as secretarias de Trânsito e de Planejamento acreditam que ela já exista a partir das estruturas em vidro e as laranjas que cumprem o papel nos bairros. “Aos poucos, os abrigos antigos que ainda existem serão substituídos. Para 2023 temos a previsão de implantar aproximadamente mais 30 abrigos do modelo laranja, tanto para colocar em paradas que ainda não têm abrigo, como para substituir os mais antigos ou danificados”, adiantou Ramalho.
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